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Reprodução permitida desde que integral.
Veja aqui
a análise anterior de 22/03/2004
A análise
Após o rompimento da importantíssima
resistência ocorrido hoje, o Índice Bovespa deverá ter uma alta expressiva
devendo chegar ao nível de US$ 23.000,00 no início de
2006. Este valor equivale hoje, com base na taxa de 2,40 Reais por Dólar à
R$ 55.000,00 (*), significando uma variação
de pouco mais de 100%.
Uma boa análise técnica começa com o gráfico de longo prazo (o mais longo possível), para que possamos entender as tendências primárias do ativo para o qual se quer prever o comportamento futuro dos preços, e assim sendo, vamos analisar inicialmente a Figura 1 onde está plotado um gráfico diário do Índice Bovespa, indexado (trazido a valor presente) com base no dólar comercial e em escala logarítmica.
Por que o gráfico em dólar?
O gráfico indexado em dólar é utilizado para a análise
uma vez que o autor acredita que no longo prazo principalmente (no curto prazo
não faz tanta diferença) as tendências se comportam de
maneira muito mais harmônica, ou seja, se comportam de maneira tecnicamente
mais ortodoxa tornando-se mais fáceis de serem analisadas, do que
num gráfico sem indexação. Ademais, como é sabido,
30% do mercado é composto de estrangeiros que logicamente pensam
em dólares e dos restantes 70% existem muitos participantes que também
pensam em dólares, mas isto é apenas uma explicação
para o fato importante de que os gráficos ficam muito mais harmônicos.
No gráfico abaixo extraído de um terminal Enfoque, os preços são retratados desde 1990 e mostram:
A análise do longo prazo (passado)
e o novo ciclo de alta
A primeira análise importante que
podemos fazer no gráfico da Figura 1 é
a de que ocorreu um ciclo de alta de 1991 a 1997 com 3 movimentos de alta
e um ciclo de baixa de 1997 até 2002 com dois movimentos de baixa.
Estes dois ciclos se encaixam com uma perfeição impar na Teoria
das Ondas de Elliott e nos conceitos de
Charles Dow e R.N. Elliott, dois baluartes da Análise Técnica.
Tanto Dow como Elliott concordam e o autor também, que um movimento principal de alta tem geralmente 3 movimentos impulsivos (no sentido da tendência), que são as ondas 1 a 5 de Elliott que podemos facilmente constatar na tendência de 1991 a 1997. Já os movimentos principais de baixa são compostos de dois movimentos para baixo entremeados por um movimento para cima, são as ondas A, B e C de Elliott que também podemos constatar na baixa de 1997 a 2002. Desta forma podemos entender o movimento todo, de 1991 a 2002, como tendo sido um ciclo completo de Elliott que contém as oito ondas I, II, III, IV, V, A, B e C.
Assim sendo temos o cenário para que possa começar um novo ciclo, que é o que acreditamos está ocorrendo, já desde a nossa última análise de Março de 2004. Neste novo ciclo, já tivemos o primeiro movimento de alta, de Outubro de 2002 a Janeiro de 2004, que corresponde à onda 1 de Elliott, seguido por um movimento de baixa de Janeiro de 2004 até Maio de 2004 que corresponde à onda 2 e agora estamos no segundo movimento de alta que corresponde à onda 3.
Quero declarar que não uso a teoria das ondas de Elliott para prever e sim como complemento de minhas análises, no sentido de classificar as tendências acontecidas de modo a ter uma idéia de onde nos encontramos em termos da tendência de longo prazo, na atualidade.
Até
onde irá este segundo movimento de alta que corresponde à onda 3 do atual ciclo
Olhando o Gráfico 1 abaixo podemos constatar visualmente,
que o primeiro movimento de alta deste que acreditamos ser um novo ciclo,
correspondente à onda 1 (Out/2002 a Jan/2004) tem amplitude bastante
semelhante aos movimentos de alta da tendência de 1991 a 1997. Sabe
por que? Porque o Índice Bovespa costuma ter movimentos de alta com
esta amplitude conforme nos mostra a sua história regressa espelhada
no gráfico abaixo.
O fato é que não temos porque acreditar que o segundo movimento de alta deste novo ciclo, o que começou em Maio de 2004 e que acreditamos será a onda III deste novo ciclo, será menor em amplitude do que o movimento que o precedeu (Out/2002 a Jan/2004). Falando um pouco dos fundamentos, devemos lembrar, que o primeiro movimento aconteceu com a expectativa de que o presidente Lula faria um bom governo no que diz respeito à Bolsa de Valores. Leia-se Economicamente! Já o segundo movimento está ocorrendo quando já se sabe que a economia tem sólidas bases como temos podido constatar com os constantes índices econômicos publicados e ainda os comentários do FMI e do presidente do Banco Central.
Tecnicamente falando, temos a favor desta hipótese o fato de que geralmente, conforme atesta a teoria de Elliott e pode-se constatar facilmente, numa observação de gráficos históricos, o segundo movimento de alta de uma tendência (a onda 3) é geralmente maior do que a primeira onda e muitas vezes maior que o terceiro movimento de alta (onda 5). Sim, porque a primeira onda é aquela em que o exército dos comprados ainda está ressentido de ter apanhado tanto na tendência de baixa anterior. Já no segundo movimento os comprados estão muito mais confiantes.
O Triângulo Ascendente
Outro aspecto que pode ser constatado no gráfico abaixo e que indica
que o atual movimento de alta ainda tem muito para subir, é o fato
de que formou-se nos últimos 6 meses uma acumulação que
tem características de Triângulo Ascendente e que costuma dar
continuidade ao movimento que o precedeu (de alta). Um outro Triângulo
Ascendente com características muito parecidas com este ocorreu em
1996 no final da onda V do ciclo 1991/1997 conforme o destaque no Gráfico
1 . Observe o que ocorreu após o rompimento do Triângulo
de 1996. Os preços subiram violentamente. É exatamente isso que acredito deverá ocorrer no Índice
Bovespa a partir de agora, uma grande e última alta nos moldes da que
ocorreu após o Triângulo de 1996 ou ainda, observando o passado
mais recente do Índice, igual ou parecida à que ocorreu no final
de 2003. Está alta deverá preceder uma correção
mais acentuada do Índice Bovespa mas até lá, deveremos
ter uma alta de pouco mais de 100% conforme já afirmei acima.
O novo ciclo de alta e suas tendências
secundárias
No Gráfico 2 abaixo, podemos observar melhor o primeiro movimento
de alta da Tendência de Alta de Longo prazo atual, iniciada em Out/2002
que foi composto por 5 ondas secundárias de alta (1, 2, 3, 4
e 5) compondo a primeira onda primária (onda 1) de alta
que precedeu as três ondas do movimento corretivo que compôs a
onda 2. O fato da resistência do Triângulo Ascendente
ter sido rompida hoje conforme iremos constatar com mais detalhe no Gráfico
3, confirma a análise de que a onda 3 deste novo ciclo ainda
não terminou. Deveremos ainda ter a onda 5 (secundária) para
terminarmos a onda 3.
É muito importante também o fato que a resistência do Triângulo Ascendente coincide com o topo da Bolha do Nasdaq constituindo-se numa resistência "nota 10", que só consegue ser rompida se os comprados estão muito, muito fortes. O pregão de hoje "falou alto" para o Analista Técnico, no sentido que os comprados estão de fato muito fortes. Outro aspecto que para bom "entendedor de fundamentos" é também bastante esclarecedor no sentido da força dos comprados, é o fato que o mercado não deu nem bola para a crise política que o Brasil vive neste momento com o depoimento do Deputado José Dirceu no Conselho de Ética coincidindo com o mercado rompendo está tremenda resistência do Triângulo Ascendente. Perceba a força dos comprados. Não fosse para "tomar o rumo", não acredito que haveria força suficiente para romper tão importante resistência.
O
objetivo do Triângulo Ascendente
O Triângulo Ascendente após sua confirmação
que acredito ocorreu hoje, projeta um objetivo inicial que é igual
à sua altura, conforme destacado em azul no Gráfico 3
abaixo. Este objetivo é considerado como sendo dos mais precisos da
análise técnica e os preços muitas vezes atingem rapidamente
este objetivo onde geralmente ocorrem Bandeiras ou Retângulos antes
dos preços partirem para seu objetivo de longo prazo, razão pela
qual acredito que o nível de 13.500/14.000 em dólares deverá
oferecer resistência. Vale dizer que o nível de US$ 12972 corresponde
ao topo da crise da Ásia (lembrando que é em dólares) e deverá
também oferecer resistência já que da última vez
que este nível foi atingido o Índice Bovespa caiu inicialmente
em torno de 75% (Crise da Ásia mais crise da Rússia), ainda
que já se vão quase 8 anos que isto aconteceu.
O
fator tempo. Quando chegará lá?
As previsões da análise técnica, como a de alta de 100%
de alta que ela nos proporcionou acima, geralmente são tão grandes
e fartas, que os analistas não se aventuram a imaginar, quando os níveis
previstos serão atingidos. Não vejo porque, entretanto, não
se possa utilizar o passado recente do Ibovespa para tentar entender o que,
digamos assim, é possível de acontecer no futuro. Para tal vamos imaginar
que após o rompimento do Triângulo Ascendente os preços
repitam o que fizeram a partir de agosto de 2003 (reta verde), até
janeiro de 2004. Note que a coincidência destas datas com as atuais
não implica necessariamente nada em termos de sazonalidade do Ibovespa,
sendo apenas uma simples coincidência.O fato é que se o Índice Bovespa pôde ter um comportamento
como este no primeiro movimento de alta, ele tem ainda mais razões
para repetí-lo agora que se encontra neste segundo movimento de alta.
Bem, continuando nosso pequeno exercício de futurologia ou como digo
em meus cursos, "análise técnica de padaria", caso
este comportamento se repita (eu acredito que pode ser ainda mais agressivo)
acontecerá no futuro o que está indicado na reta verde (cópia
fiel da anterior) que se estende para o futuro a partir de hoje quando acredito
que foi confirmado o rompimento do Triângulo Ascendente.A reta verde encontra o objetivo de alta de US$ 23.000 (ou R$
55.000,00, com base na taxa de 2,40 Reais por Dólar) em qual data futura?
Bem, o Terminal Enfoque ainda
não tem implantado o recurso (em breve terá) de projetar as
datas futuras na escala de tempo, mas com a reta horizontal vermelha resolvemos
este problema.
Veja abaixo uma reta horizontal vermelha idêntica à de cima que
começa em agosto (2004) ela termina em janeiro, nos levando a crer
que o objetivo de alta que estou projetando, poderá ser atingido no
início de 2006
Vale notar que quando se captura a reta verde usando o recurso disponível
no terminal Enfoque, constata-se que este tipo de comportamento agressivo
de alta é bastante comum no Índice Bovespa, tendo ocorrido diversas
vezes no passado recente, como se pode também observar no Gráfico
1.
Armadilha
para comprados?
É claro que a análise acima pode estar
errada e que os preços podem voltar para dentro do Triângulo
Ascendente. Quando nos propomos a prever o comportamento futuro dos preços,
temos que lembrar que estamos lidando com o imponderável pois muitas
coisas podem acontecer. Se de fato o rompimento ocorrido hoje não
se confirmar amanhã ou nos próximos dias e os preços
caírem ao invés de subir estaremos diante de um quadro bastante
baixista já que após terem a faca e o queijo nas mãos
os comprados terão falhado em dar continuidade à alta e isto
é muito baixista. Esta possibilidade entretanto é bastante
remota na minha opinião, dado o rompimento significativo ocorrido
no pregão de hoje conforme se observa no Gráfico 3
acima.
Devemos ter em conta também que esta análise
como toda e qualquer análise técnica ou fundamental, leva
em conta o conjunto de fatores fundamentais que está afetando o mercado
de ações Brasileiro no momento. Caso este cenário seja
modificado, com mudanças na macroeconomia Brasileira para citar apenas
uma dentre muitas possibilidades, está análise, assim como
todas as outras, terá que ser refeita.
Felizmente os fatores fundamentais não mudam a toda hora e no momento,
a análise técnica está a nos dizer que eles estão
favorecendo tremendamente o exercito dos Touros
Bom segundo semestre e boa sorte!
Voltarei quando tivermos novos importantes fatores técnicos.
Fausto de Arruda Botelho CFTe; CNPI Em conformidade com as disposições da Instrução CVM nº 388, eu Fausto de Arruda Botelho, analista de investimento responsável pela elaboração deste relatório declaro que:
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